Mitos e Verdades sobre Melasma

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Mitos e Verdades sobre Melasma

O melasma é alvo de diversos mitos que podem prejudicar o seu tratamento. Este artigo separa fatos de mitos para uma compreensão mais precisa da condição.

1 – O que é o melasma?

É uma doença cutânea complexa, adquirida, crónica e multifatorial, com grande impacto na qualidade de vida dos doentes.
Caracteriza-se por machas acastanhadas que habitualmente envolvem a face (sobretudo maçãs do rosto, fronte, lábio superior e queixo).

 

2 – Qual é a causa do aparecimento destas manchas na pele?

Surgem por aumento de melanina nas áreas afetadas, cuja síntese é influenciada por processos complexos associados ao dano solar e inflamação crónica. Contribuem fatores genéticos, ambientais (radiação UV) e hormonais (estrogénios: pílula, gravidez).

Na pele afetada, para além do aumento do pigmento na epiderme, observam-se alterações da interface derme-epiderme, migração de melanócitos para a derme superficial, envelhecimento e disfunção dos fibroblastos, degradação das fibras de colagénio e perda de elasticidade, aumento das células libertadoras de histamina (mastócitos) e vasos sanguíneos dilatados na derme superficial.

 

3 – O que diferencia o melasma do lentigo solar?

Ao contrário de melasma, o lentigo solar é uma proliferação das células que produzem pigmento (melanócitos), que se associa a aumento do pigmento e espessamento da epiderme.

 

4 – Quais os tratamentos que existem para esta condição?

Os tratamentos tópicos incluem fotoprotetores de largo espectro (UVB/UVA/ luz visível), anti-oxidantes (vitamina C, niacinamida, ácido ferúlico), agentes despigmentantes (tiamidol, ácido tranexâmico, ácido kógico, ácido azelaico) e
renovadores celulares (retinoides, ácido glicólico). Os procedimentos dermoestéticos incluem peelings superficiais com
substâncias despigmentantes.
Os LASER Q-switched (de nano ou picossegundos) específicos para lesões pigmentadas, com baixas fluências, para além removerem pigmento, melhoram a qualidade da pele. Os LASER vasculares são úteis para controle do componente vascular e da inflamação.
A radiofrequência com microagulhamento também melhora a qualidade da pele e pode ser usa para administrar substâncias ativas.
Procedimentos injetáveis que visam a melhoria da qualidade da pele e estimulam a síntese de colagénio, como os bioestimuladores de colagénio, os biorremodeladores, polinucleótidos, exossomas ou plasma rico em plaquetas (PRP) também são benéficos no controlo da doença.

Os tratamentos orais incluem suplementos com Polipodium leucotomos (e outros anti-oxidantes). Em casos graves e refratários poderá ser usado ácido tranexâmico oral.

 

5 – Que medidas podemos tomar para prevenir o aparecimento de melasma?

Fotoprotecção de amplo especto, anti-oxidantes tópicos e orais, tratamentos dermo-estéticos que melhorem a qualidade da pele e o dano solar. Reduzir a exposição solar e a exposição a fontes de calor.

 

Mitos:


- O melasma só aparece em mulheres?
Não. Embora menos frequente, também surge em homens.

 

- Só o rosto é afetado por melasma?
Não. Também pode surgir noutras localização, como nas áreas fotoexpostas do pescoço, tronco e membros superiores.

 

- O melasma é mais comum em peles negras?
O melasma é mais intenso e difícil de tratar em peles que bronzeiam mais facilmente ou têm naturalmente mais melanina (fototipos III a VI).
Nas peles claras (fototipos I e II) o melasma por vezes só é detetável com recurso a iluminação especial (luz de Wood).

 

- A exposição ao calor excessivo (banhos quentes, utilização de secadores de cabelo) piora o melasma?
Sim. Pelo componente vascular, a exposição ao calor pode agravar o melasma.

 

- Produtos denominados de “naturais” – como leite de arroz, vinagre de maçã ou óleo essencial de alecrim – podem ajudar a diminuir as manchas do melasma?
Não há evidência científica que suporte o uso destes produtos denominados de “naturais”. O seu uso não é isento de riscos e pode causar reações de hipersensibilidade ou irritativas na pele.

 


06 de agosto de 2024